Um sinal?

- As lágrimas que escorreram molharam meu rosto, e manchou a maquiagem. Mas quem se importaria com meus olhos inchados de tanto de chorar? A única maneira era não chorar, mas o que faria com a vontade de me acabar em lágrimas ?
E alguns perguntaram o motivo, o motivo foram de tantos outros motivos que ninguém entenderia, acender um cigarro ou me trancar no quarto com som ligado no volume máximo?
Foram tantas as perguntas que eu fazia e não encontrava nenhuma resposta, foi quando eu chorei as aquelas lágrimas para aliviar aquele aperto que insistia em me torturar.
Sentada em uma pedra, em um terreno vazio fiz perguntas ao senhor, e era como se ele estivesse me ouvindo, percebendo que eu estava no estado terminal, querendo desaparecer desse mundo e ficar sentada ali como se nada existe, nem o perigo de estar em uma rua deserta.
De repente eu vi algo caindo no chão, olhei para os lados, não vi ninguém, me levantei e fui observar o que havia caído naquela rua. Era uma pomba, mas como assim uma pomba caindo no chão as onze horas da noite?
Ah, não dava para acreditar, eu estava bem, estava lúcida, eu tinha acabado de sair da igreja, eu estava sóbria e sabia o que estava vendo. Suas penas brancas o vento espalhou, mas a queda foi brusca, deve ter morrido pela pancada. Mas era inacreditável aquela cena. Eu observando uma pomba morta sozinha em uma rua deserta e pouco iluminada.
Para os que não acreditam em Deus, foi apenas uma brincadeira do acaso, e uma coincidência de estar sentada no terreno daquela rua.
Para os que acreditem em Deus, foi a resposta que eu espera, a resposta de todas as perguntas que eu havia feito naquela noite, uma pomba morta no chão de uma rua deserta as vinte e três horas de um domingo frio.