- Andar pela rua não é fácil, ainda mais quando se trata de uma cidade do interior, realmente é inevitável que as pessoas não falem mal das pessoas, é indispensável um comentário maldoso ou falar coisas que não fazem sentindo.
Mas o caso é especifico, o caso é minha vida. Desde de criança foi tratada como diferente, não pela classe social, ou cor de pele, mas sim pela indiferença das pessoas, na mania de falar coisas que não sabem e confirmar respostas que não existem. Eu fui uma criança perseguida, meu pai tinha medo de morrer, minha mãe de ser assaltada, meu irmão tinha medo de E.T, e eu sempre tive medo do escuro.
Vou assumir que ainda tenho medo do escuro, mas agora eu tenho medo das pessoas. Sim, das pessoas dessa cidadezinha pequena, de um povo sem cultura, sem interesse em saber as noticias mundiais, sem acompanhar a globalização, sem perder a terrível mania de falar mal da minha vida.
Hoje eu tenho certeza que minha vida é muito comentada pelos meus vizinhos, que devem morrer de inveja porque eu tenho amigos homens, e amigas interessantes.
O pior de tudo é que meus vizinhos sabem a hora que saio, a hora que eu chego. Se alguém vem em casa, eles sabem com quem eu sai e se fui de carro e qual era a cor da minha roupa.
Meu Deus quanta falta de serviço nesse mundo, a única explicação pra essas pessoas saberem tanto da minha frágil vidinha cheia de paparazzo.
Agora pare e pense, imagina se eu fosse FAMOSA?? Ah, ai eles iam comprar aquelas câmeras digitais e acompanhar a globalização, tudo isso só para tirar fotos dos furinhos do meu bumbum, porque celulite eles já sabem que eu tenho, só querem descobrir a porcentagem que existem no meu traseiro.
Sendo TANMELA BARROS, a menina simpática e atrevida já sou tão conhecida, imagina se eu aparecesse na televisão de BIQUÍNI?! Se eu aparecesse, não poderia voltar para casa, por eles gostam de pessoas discretas, e isso eu defitivamente não sou!
