Pesadelo

- Sim, eu estou chorando muito. Mas não existe culpados nessa história, esta começamos errando e era óbvio que acabaria assim. Você do outro lado da linha, e eu aqui ouvindo sua voz pela ultima vez.
É claro que eu vivi um sonho por alguns momentos, só não consigo entender onde esse sonhou deixou ser sonho, para que se tornasse um obscuro conto de fadas.
Talvez você tenha razão ao dizer que sou carente, e quero atenção. Mas uma coisa é certa, meu maior defeito é deixar que as pessoas toquem minha alma com tamanha facilidade.
Já que eu sou tão difícil de controlar, ainda não entendendo por qual motivo deixei que essa situação viesse me fazer tanto mal por tanto tempo.
Choro, choro sim. Porque é chorando que eu consigo observar as suas maldades, suas mentiras, seu jeito único de pensar que é o dono da verdade e está acima de tudo e de todos, se achando no direito de usar as pessoas. Esse direito que você pensa que tem, é a maneira mais absurda de acreditar que as pessoas tem prazo de validade, assim como a comida que você ingere, fazendo com que seu corpo absorva o que precisa, e depois transforme o "resto" em bolo fecal. Nojento isso, mas hoje é de você que estamos falando!
Triste não é acordar do sonho, mas sim perceber que vivemos na ilusão esse tempo todo, e agora acordamos suados, desesperados, querendo esquecer esse pesadelo o mais rápido possível.
E pensar que todos aqueles gestos, beijos e abraços, que eu esperava tanto, hoje considero o maior arrependimento de todos. Não sei até que ponto você vive de mentiras, se é até cruzar a esquina da minha rua, ou quando você entra na sua casa, mas uma coisa eu posso gritar para o mundo, sem culpa: EU FUI VERDADEIRA O TEMPO TODO. Amei, chorei, gritei, mandei embora e corri atras, e essa coragem, nem sua cara nojenta, nem sua mascara de anjo, vai me fazer perder. Porque coragem é isso, chegar no fim da linha com a cabeça erguida, tendo certeza de que pesadelos existem, também na vida real. E você é um pesadelo ambulante, até encontrar outro sonho para estragar.